segunda-feira, 30 de maio de 2016

Compromisso com o jornalismo crítico nas lutas por moradia


No final dos anos 1980 e início dos 90, a jornalista Elaine Tavares, que hoje trabalha no Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA-UFSC), fez a cobertura jornalística das primeiras ocupações organizadas em Florianópolis e participou da equipe que produzia o “Jornal das Comunidades”, uma publicação da então Coordenação da Comissão de Associações de Moradores de Florianópolis distribuído em várias localidades.
Elaine é a quinta entrevistada do projeto “Escritos em Movimento”, do Departamento de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (POSJOR) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Na entrevista ela avalia aquele período e fala do papel do jornalismo comprometido com as lutas sociais.
Veja o vídeo em:

terça-feira, 24 de maio de 2016

Monografia estuda migração e organização das comunidades de periferia em Florianópolis

Notícia sobre migração integra monografia

Em 1993, a pedagoga Ana Marcia Lopes da Silva escreveu, para uma especialização em Historiografia Brasileira feita na Univali (Itajaí), a monografia intitulada “Análise histórica da migração e organização das comunidades de periferia em Florianópolis, da década de 80 aos dias atuais”, que disponibilizamos no blog, assim como uma breve entrevista com a autora, que trabalhou no CAPROM (Centro de Apoio e Promoção ao Migrante), entidade que foi fundamental para a organização das primeiras ocupações:

Por que produziu o texto?
Na época estava muito envolvida com as organizações dos movimentos populares, trabalhava no Caprom e achava importante o registro do que estávamos vivendo e construindo.
 
Como avalia sua experiência profissional e de vida no Caprom?
A experiência foi muito importante, nos proporcionou contato com uma realidade escondida e deixada de lado pelo poder público. Muito aprendemos e ensinamos. Acolhíamos aqueles que já estavam sem esperanças. Aos poucos o grupo foi crescendo e a necessidade de organização também. Acho que conseguimos contribuir com a organização dos movimentos populares que acabou influenciando movimentos posteriores.


O Novo Horizonte e a voz de Chica: mais uma entrevista do Projeto “Escritos em Movimento”

Francisca da Chaga dos Santos, moradora do Novo Horizonte
O projeto de extensão “Escritos em Movimento” está obtendo testemunhos valiosos sobre as primeiras lutas organizadas em Florianópolis por moradia, representando um intenso período de lutas pelo direito pleno à cidade. A entrevista feita com Francisca das Chagas dos Santos, a Chica, moradora do Novo Horizonte, localidade que faz parte do bairro Monte Cristo, na área continental de Florianópolis – a quarta do projeto – divulga mais um testemunho de como as pessoas envolvidas naquelas lutas experimentaram e interpretaram os acontecimentos. Veja em https://www.youtube.com/watch?v=MpVwqj2JvkE

A experiência de ouvi-las é muito rica porque traz à tona os pontos de vista de quem organizou, de quem apoiou e de quem ocupou as áreas, com ênfase nas primeiras ocupadas, Novo Horizonte e Nova Esperança, também no Monte Cristo.

Outro ganho importante do projeto é reunir trabalhos acadêmicos, pesquisas e documentos em geral sobre o período. Já foi postado no blog do projeto mais um artigo de Francisco Canella - doutor em Ciências Sociais e professor adjunto do Departamento de Ciências Humanas da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) - intitulado “Cidade turística, cidade de migrantes: movimento dos sem-teto e representações sociais em Florianópolis (1989 - 2015)”.

O artigo analisa as representações produzidas em torno dos conflitos protagonizados pelo movimento sem-teto em dois diferentes momentos: no início dos anos 1990 e de 2012 aos dias atuais. Diz o autor: “As pesquisas que dão base ao artigo foram realizadas por meio de entrevistas, análise de matérias veiculadas na mídia local e a observação participante. A história dos sem-teto é relacionada com o crescimento urbano de Florianópolis e com as representações sobre a cidade e seus atores, e revela o modo como o migrante é estigmatizado no processo de construção da imagem de Florianópolis como cidade turística.” O artigo pode ser consultado em: http://libertas.ufjf.emnuvens.com.br/libertas/article/view/2937/2209

Acentua-se que, em se tratando de Florianópolis, também vale a máxima de que a história é contada pelos “vencedores”, que, especialmente através dos grandes meios de comunicação, são as vozes dominantes a ditar os rumos do crescimento/desenvolvimento da capital catarinense.

Desde a década de 1980, Florianópolis desenvolve uma estratégia de marketing ancorada no potencial turístico e na qualidade de vida, buscando ser referência de modernização tecnológica. Nesse sentido consolidaram-se dois slogans, “Ilha da Magia” e “Floripa”. Em 1991, com a criação do mercado comum entre o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai, a capital catarinense passou a ser divulgada pelo governo local como “A Capital Turística do Mercosul”. Mas a que preço?

Este projeto de extensão busca, portanto, contar outras versões da história, expressar a voz daqueles que na maioria das vezes têm a voz silenciada, dando visibilidade às lutas de pessoas, grupos e movimentos sociais que têm seu discurso minimizado/silenciado nos grandes meios de comunicação. Compreender essas experiências vividas é eleger e sinalizar, também, caminhos a serem percorridos na luta pelo direito à cidade.

Por isso convidamos todxs  a ver a entrevista de Francisca das Chagas dos Santos. Ela participou da ocupação feita no dia 27 de julho de 1990 e fala sobre as dificuldades enfrentadas naquele período e o papel da luta e do trabalho coletivos.


Por Míriam Santini de Abreu, jornalista

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Nova entrevista do "Escritos em Movimento" já está no YouTube


Já está no YouTube mais uma entrevista do projeto “Escritos em Movimento”, Projeto de Extensão do Departamento de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (POSJOR) da UFSC. Desta vez a entrevistada é Milita Maria Marques, 64 anos, moradora da localidade Nova Esperança, que faz parte do bairro Monte Cristo, na área continental de Florianópolis. Milita fala de suas experiências e impressões sobre a ocupação da qual participou, em 1990, e que deu origem à localidade. 

Milita é reconhecida pela atuação como líder comunitária do bairro e pelo engajamento em diversos projetos sociais. Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, em 8 de março passado, Milita foi homenageada com a Medalha Antonieta de Barros da Câmara Municipal de Florianópolis pela dedicação às causas essenciais pelo direito à cidade. 

Quem gravou e editou o vídeo foi o estudante de jornalismo Rubens Lopes, que faz parte do projeto, o qual tem mais uma integrante e bolsista, a também estudante de jornalismo Maria Fernanda Salinet, que igualmente irá fazer a gravação/edição das entrevistas. 

O projeto “Escritos em Movimento” tem como entidade parceira o Núcleo de Estudos em Serviço Social e Organização Popular (NESSOP), vinculado ao Departamento de Serviço Social do Centro Sócio-Econômico (CSE), e apoio do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) e da Revista Pobres & Nojentas.



O vídeo está em:

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Novo vídeo do projeto já está no YouTube

Já está no YouTube a segunda entrevista do “Escritos em Movimento”, Projeto de Extensão do Departamento de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (POSJOR) da UFSC. Desta vez a entrevistada foi a jornalista Fabíola de Souza, que falou sobre a ocupação na localidade Nova Esperança, que faz parte do bairro Monte Cristo, na área continental de Florianópolis.
Na época da ocupação, em 1990, Fabíola era casada com o repórter fotográfico José Luiz da Rocha e o acompanhava quando ele fazia a cobertura da ocupação. A experiência teve forte impacto na vida da jornalista e foi um momento que marcou escolhas pessoais e profissionais. Fabíola também avalia o trabalho da imprensa naquele período e hoje sobre os movimentos sociais e de luta pela moradia.
O projeto “Escritos em Movimento” tem como entidade parceira o Núcleo de Estudos em Serviço Social e Organização Popular (NESSOP), vinculado ao Departamento de Serviço Social do Centro Sócio-Econômico (CSE), e apoio do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) e da Revista Pobres & Nojentas.
O vídeo está em: